sábado, 12 de novembro de 2022

Lula Presidente!

 Não vai dar. Já não deu na primeira vez! Por que daria na segunda?

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Gal e Boldrin

E Gal & Boldrin, quem diria, hein? Combinaram de se encontrar lá na nuvem dos santos musicais. Bem ao lado da do primeiro time dos literatos, um pouco acima das backing-voices e músicos de palco e estúdio. Foram se juntar aos tantos que já nos deixaram. Foram pedir benção a Luiz Melodia.

Vendo como andam as coisas por aqui, já queria chegar logo na da fila do gargarejo...

Vai daí, pessoal das nuvens! Me manda um motivo prá ficar.

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Os Mandamentos da Inovação que nunca vigoraram em nosso Patropi

 Estou lendo, da dupla Victor W. Wang & Greg Horowitt, "The Rainforest: The Secrets to Building the Next Silicon Valley", um debate sobre o que fazer e não fazer para gerar um ambiente de inovação como aquele que se viu, ou ainda se vê, no Silicon Valley, região da California exemplo desta virtude. Os autores usam o termo "rainforest", mal traduzindo, "floresta tropical", como metáfora para a via da inovação. "Numa eira bem controlada, vemos uniformidade, qualidade, mas é só. Ali nunca encontraremos coisa inédita", dizem os autores, para exemplificar que um ambiente de inovação só é possível onde ordem não encontra espaço para prosperar. Eis aqui a primeira contradição, no que nos diz respeito. Está na nossa bandeira: Ordem e Progresso. Pois bem, depreendemos dos autores que, se queremos progresso, não há de se impor ordem. A propósito, encontrei hoje no texto de Cora Rónai o termo 'oximoro'. Ela se referia à expressão "bolsonarista inteligente" (eu acrescentaria, no mesmo contexto, "petista razoável"). Então, eis a definição que cabe como uma luva no lema de nossa bandeira. Trazemos o oximoro original: Ordem e Progresso não combinam. Em si, já definem nosso país paradoxal.

Voltando ao livro. Estou no ponto em que os autores definem os mandamentos visíveis e escondidos para que apareça um ambiente de inovação, tão desejado porque - malgrado o pensamento que vige em nossos mandantes, da direita e da esquerda, que riqueza se acha sob os pés, ou se fabrica em monstruosas máquinas de aço - seria o caminho de nossa redenção. Vou listá-los aqui. Os autores usam aquele inglês Shakespeariano. Ainda mal traduzindo (os puristas que procurem no original), sigo a regra:

1 - Educarás o povo;

2 - Desenvolverás os bens públicos necessários (estradas, pontes, polícia, tribunais, forças armadas etc);

3 - Investirás em ciência e tecnologia para gerar mais conhecimento e descobrimento;

Agora vem o que não fazer:

4 - Não criarás regulações impeditivas;

5 - Não permitirás corrupção;

6 - Não interferirás na liberdade de contratos;

7 - Não permitirás que a inflação fuja do controle.

Apresentados como libelo necessário pelos economistas clássicos, dizem os autores, esses "Mandamentos" se caracterizam em determinar o ambiente do "homus economicus", base liberal com que esses economistas julgam necessário e suficiente para o bom desenvolvimento econômico. No entanto, nossos autores dizem que isso não é "suficiente". Talvez o necessário. 

Assim, eles avançam na direção dos mandamentos "escondidos". Mas eu fico por aqui. Wang & Horowitt prestam consultoria a um sem-número de governos dentro e fora dos Estados Unidos por terem estudado a fundo o fenômeno que marcou o Silicon Valley desde a década de 1980. Fazem incursões não só na economia, mas na antropologia, sociologia, ciências sociais de forma geral, como também em psicologia. Têm sido essenciais na introdução e aperfeiçoamento de novos ambientes inovativos como em Jersey e Israel. Suas palestras são disputadas a tapa pelo mundo inteiro, pelo menos aquela parte do mundo onde há interesse e espaço para inovação.

Eu me pergunto: e o Brasil? Olhando para os mandamentos "clássicos" já vejo que, pelo paradoxismo que marca nossa essência, negamos os três primeiros e afirmamos os quatro últimos, justamente o contrário do que devia ser. E nem entramos no debate daqueles mandamentos escondidos, que, segundo os autores, são os que nos levariam a sermos realmente inovadores.

Teríamos que mudar o lema de nossa bandeira: Progresso Por Favor, esquece a Ordem.

É, acho que não vai dar certo. 

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

É a natureza, estúpido!

 Foi assim: de uma peça de meu "fraseário" partiu uma linha de raciocínio. A frase: "Por onde passa água, passa baratas". Ela vem na sequência de uma nota que diz: "Após anos de observação de ralos", cheguei a essa singela conclusão. Lá, onde escôo a água suja com que lavei chãos de banheiros, cozinhas e alpendres, também é de onde vêm esses bichos asquerosos, campeões na competência de nos parasitar (estão pau-a-pau com os ratos). 

Para evitar esse efeito colateral, podemos instalar uma rede própria que impede esses bichos de passarem, mas também impede de nos livrarmos de "sujeiras" de tamanho equivalente, além de facilmente entupir, impossibilitando o dispositivo de cumprir a tarefa para a qual foi projetado: permitir o escoamento de nossa sujeira do dia-a-dia.

Então, é isto: pelo orifício onde nos livramos de nossos percalços vêm os portadores de males talvez maiores. Esta é a conclusão quando partimos deste fato para a metáfora.

A lição que tiramos, "gafanhoto", é que toda ação que tomamos para nos beneficiar vai, no final, nos trazer um custo. É a natureza que sempre cobra nossos lucros. Não é a coisa do capitalismo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Urna eletrônica

 De que vale urnas seguras, eleições limpas, se esse sistema político nos faz eleger um semianalfabeto pretencioso e corrupto, seguido de uma débil mental arrogante e disléxica para terminar num jumento fascista de terno?

domingo, 10 de julho de 2022

Fabricando o Absolutismo

 Tenho acompanhado a série "Making a Murderer", na Netflix. Trata-se de uma sequência de episódios documentando uma investigação e processo acerca de um assassinato escabroso ocorrido no interior do Estado de Wisconsin. A história começa com a libertação de um suposto agressor sexual condenado injustamente por tentativa de estupro, e mais tarde sofrerá uma acusação de assassinato pelos mesmos policiais de sua cidade, agora auxiliados pelo promotor e pelo xerife de uma cidade vizinha, com o fim de "eximir" seus colegas de qualquer dúvida quanto às suas intenções e também porque foi lá que o desaparecimento da vítima foi registrado.

No desenrolar da história, fica nítida a antipatia do xerife da cidade pela família do acusado. Esta possui um ferro-velho e explora o serviço de reboque e remoções. Parece que há uma rusga anterior sugerida apenas pela queixa de uma cunhada do xerife por uma incursão do, mais tarde, acusado, que joga seu carro contra o dela num descampado completamente tomado pela neve, como sói acontecer por aqueles cantos. Era a reação dele que se queixava de que tinha sido acusado injustamente por ela de uma cena de exibicionismo sexual que o documentário nos induz a acreditar que teria, na verdade, sido praticado pelo real agressor sexual cuja acusação o rapaz do ferro-velho sofreria depois.

A tentativa de estupro, diga-se de passagem, visou uma mulher bastante respeitada na comunidade. Por semelhança e, possivelmente, por direção enviesada do policial-desenhista, a vítima termina por reconhecer o rapaz do ferro-velho como seu agressor.

Após 18 anos, através da introdução da técnica do DNA, foi possível inocentar o rapaz e provar a autoria do agressor, que era reconhecido pela comunidade por conta de agressões anteriores e que, ao se livrar desta acusação, ainda praticou outras, até ser preso, alguns anos depois. Assim, a polícia e a promotoria não só acusaram injustamente um inocente, como também deixaram na rua um agressor, livre para repetir seu crime. Esta situação não pareceu afetar os policiais e o promotor de alguma forma.

É aqui que começa o drama. A série nos orienta a concluir que, não só por um inconcebível erro judicial, como também por atitudes repugnantemente tendenciosas e criminosas dos policiais, que usam suas prerrogativas para plantar provas e impedir a defesa de fiscalizá-los, o rapaz, que claramente não passa de um matuto, será condenado por um assassinato hediondo. Tudo parece indicar que a idéia é livrar as autoridades da cidade de uma indenização milionária, que as seguradoras, percebendo a forma tendenciosa de como as investigações foram conduzidas, se negaram a cobrir. A pressão fez o rapaz negociar a indenização, de tal forma que lhe sobraram recursos tão somente para financiar sua defesa na nova acusação. Parece que os acusadores esperavam que ele aceitasse se declarar culpado e, por uma armação combinada, pegaria prisão por alguns anos com direito a condicional. Acontece que, por "burrice" ou teimosia, o rapaz preferiu partir para sua defesa.

Orientada por uma ONG de proteção aos direitos civis, a família do rapaz contrata dois advogados de peso. A acusação reagiu, partindo para o ataque. Por falta de material, armou-se de golpes baixos. Novas evidências vão surgindo em incontáveis buscas e revistas ao domicílio e oficinas do acusado, regidas ao bel-prazer dos acusadores, a cada vez que a defesa denuncia e descortina complôs e armações promovidas com o intuito de sustentar a acusação, tudo nas barbas de um tribunal sob o comando de um juiz fraco e voluntarista. A narrativa da promotoria não se sustenta. Mesmo com as provas plantadas, as coisas não batem, sempre a dúvida prevalece. E no entanto, tudo leva a crer que o desfecho será a condenação, pelo simples fato que o policiais são tidos como idôneos. Além disso, os acusadores levam o público a crer que os advogados de defesa são mal intencionados e se servem de argumentos sofismáticos com a idéia e semear confusão.

Eis aqui um exemplo claro do que chamo "absolutismo do poder da virtude". Supõe-se que os poderosos são virtuosos, logo é desnecessário submetê-los ao controle da coletividade. Foi assim no absolutismo da monarquia francesa. É assim com a polícia e sistema judicial da totalidade dos países. É assim com agentes fiscalisadores das três instâncias: federal, estadual e municipal. É assim com parlamentares, presidentes, governadores, politicos em geral e juízes de todas as instâncias. Não importa o país. Começa com atitudes de tímida corrupção: pequenos pecados. Termina com a corrupção generalizada.

E tem gente que acredita na virtude e insiste: agora vai dar certo! Querem votar em quem já provou ser desonesto, ou em jumentos vestidos de humanos. Aceitam este estado fascista como fato consumado. 

E la nave va...

quarta-feira, 6 de abril de 2022

Guarda bem

 Guarda bem na tua memória o que disseram aqueles que se posicionaram pela "Rússia", quando o Monstro do Kremlin ordenou suas tropas invadirem a Ucrânia. Tanto aqueles que rezam na cartilha do Molusco, quanto aqueles que rezam (literalmente) as idiotices do Bozo. Agora, eles estão calados, pois uma palavra a favor desta carnificina não "pega bem". Mas, assim que se abrir uma brecha, virão eles prontos para defender o carniceiro. Mas, se a maré continuar a virar contra eles, eles se calarão e poderão chegar até a dizer que eles nunca apoiaram "tais coisas".

Então, guarda bem, amigo, o que disseram eles, independente de que lado estejam. Guarda bem, pois é isso o que eles querem fazer. Seus desejos e aspirações não têm o que tirar nem por dos atos do Monstro do Kremlin.