domingo, 17 de abril de 2011

Protecionismo

O Sr. Luiz Gonzaga Beluzzo sustenta que os E.U.A. eram totalmente protecionistas no século XIX. Diz isso como se tal medida fosse um exemplo para nós: "olhai o que fizeram os americanos". Isso, no século XIX, quando o Brasil, sob o Império de Pedro II, era dotado de um PIB maior. O Sr. Beluzzo poderia dizer, também: Tio Sam também fez a guerra da Secessão no mesmo século, não seria o caso de fazermos isso agora? Tio Sam entrou em duas guerras mundiais do século XX para acabar com elas e se imporem com nação dominante política e comercialmente. Não deveríamos ter feito isso também? Tio Sam invadiu territórios, fez guerra com a Espanha, invadiu países independentes da América Central e Caribe. Não deveríamos ter feito isso, também?
Ah, e os E.U.A. mudaram radicalmente sua política comercial no início do século XX. Mercadorias estrangeiras passaram a entrar no país praticamente sem taxação. Ai enricaram! Que coincidência!

sábado, 16 de abril de 2011

O perverso sistema de taxação

A política de taxação brasileira é o que se pode dizer, ao mesmo tempo, cuspir para o alto e atirar no pé. O Brasil fecha as portas para produtos de alta tecnologia, como computadores, tablets, celulares de última geração, produtos eletrônicos "top", através de alíquotas de importação proibitivas. Concomitantemente, libera, feliz, produtos corriqueiros para importação praticamente sem taxas.
De um lado a taxação de alta tecnologia coloca o Brasil fora desse mercado, perdendo a oportunidade de dele participar, inclusive como protagonista, por outro, permite que produtos chineses de baixa qualidade imponham um padrão baixo para o mercado brasileiro e arrase com o parque industrial brasileiro que resta.
Taxando os produtos de alta tecnologia com o pretexto de proteger a indústria nacional e permitir que ela se desenvolva é cuspir para cima. É ilusão acreditar que o Brasil seja capaz de produzir alta tecnologia em todos os seus setores. Nenhum país faz isso. A alta tecnologia é um consorcio internacional. Impedir que esses produtos sejam vendidos no Brasil a um preço razoável é impedir que o consumidor crie hábitos de consumo sofisticados. Sem hábito, não exerce pressão no mercado por produtos de primeira linha. Sem pressão, a tal reserva de mercado é brincadeira sem propósito: não dá em nada e ninguém se diverte.
Em vez de liberar a alta tecnologia para permitir que o Brasil participe de sua evolução e taxar os produtos que a China exporta de forma desleal é uma das formas mais eficazes de nos manter atrasados.