quarta-feira, 25 de abril de 2012

Miúdos


  • Delegada Martha Rocha está sendo alvo de representação administrativa pelo Sindicato dos Delegados da Polícia Civil. Entre outros, chama atenção o argumento: afastamento de um delegado em Campo Grande "ocasiona pressão psicológica nos policiais e, por consequência, uma baixa produtividade". Essa é boa. Se isso é verdade, esses senhore(a)s deveriam é serem exonerados. Policial que não sabe trabalhar sob pressão é melhor procurar outra coisa para fazer. Bordado, por exemplo.
  • STF julga hoje questão de cotas na universidade. Para mim, isso tem cara de cortina de fumaça. Esconde o problema muito maior da degradação generalizada do ensino no Brasil, em todos os níveis, público e privado. De que adianta empurrar gente para dentro da universidade se estamos formando gerações de semi-analfabetos? Houvesse o mesmo entusiasmo na moralização do ensino no Brasil, talvez as coisas não estivessem tão ruins.
  • Barcelona... sou Chelsea desde criancinha!
  • UFC. O palhaço falastrão e dublê de ultimate fight Chael Sonnen disse que mandaria "escova de dentes e sabão" ao Brasil e que enquanto ele brincava com as últimas novidades tecnológicas, os brasileiros brincavam na lama. Ele tem razão. E pior, seus brinquedos altamente tecnológicos sempre foram porcamente copiados por aqui, por conta da "proteção da indústria nacional". A verdade dói e dói mais ainda quando não reconhecemos nossa condição. Independente disso, acho que ele vai apanhar feio de Anderson (não é este um nome "copiado" deles?).

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Harvard, MIT & Brazil...

Elio Gaspari comenta que os bilionários brasileiros, ao contrário de seus pares americanos, não promovem filantropia acadêmica, como as que criaram a Universidade de Harvard e MIT. Elio Gaspari se esquece que há uma diferença fundamental, além da capacidade de juntar dinheiro, entre os "bi" de lá e os de cá. Lá, pelo menos desde o século passado, as pessoas são ricas porque desenvolvem negócios que alcançam dimensão nacional e internacional. Suas fortunas são fruto do talento e trabalho. Na maioria das vezes, às custas da exploração de mão de obra barata e em algumas, da vida de seus empregados, mas isso é tema de uma outra discussão e não invalida os termos de nossa comparação. Já nossos "bi", na quase totalidade, fizeram fortuna em consequência da cumplicidade com o poder público. Nossa cultura latina impõe um vínculo na maneira de fazer negócios no Brasil: donos do poder público escolhem seus parceiros e se associam a eles para explorar em cima de "brechas" legais, ou até mesmo de legislação elaborada expressamente para favorecer seus negócios. Então, aí está a diferença: lá quem enriquece é por ação capitalista, através do processo de acumulação de capital pura; aqui o rico é o contemplado pelo poder em um modo de operação semelhante ao mafioso. Bill Gates, um dos maiores bilionários de lá, fez dinheiro aproveitando uma brecha aberta pela inovação tecnológica. É verdade que o produto que ele colocou no mercado é suspeito em termos de qualidade (vide a tolerância das versões do MS-Windows com virus e outros porcarias que inventaram desde seu lançamento), mas a aceitação do mercado é incontestável. Por outro lado, o que já ouvi sobre a forma com que nosso maior bilionário fez sua fortuna me impede de tecer comentários sob o risco de comprometer minhas gerações bem além do que fizeram a Tiradentes, na pena a que foi submetido. Então, Sr. Elio Gaspari, por que os bilionários daqui não fazem como os de lá, nos States? Porque lá, criar universidades e centros de pesquisa lhes possibilitarão uma credibilidade que consolidará sua posição de bilionários. Aqui, para nossos "bi", tanto faz. O melhor é encher nossos políticos de mimos, dinheiro e sociedades. É muito mais barato.