segunda-feira, 29 de maio de 2017

Catarses ontem e hoje

A História da humanidade parece mostrar que precisamos de catarses. O futebol e os esportes em geral fazem essa função nos tempos modernos. Na Grécia antiga, era o teatro. Houve tempo que se valeram dessa necessidade para engendrar guerras: a preparação, a espectativa, as mobilizações eram cercadas dessa ânsia por movimentos catarticos. Bem sabemos no que deu. Os jogos olímpicos, tanto hoje em dia, como antigamente possuem essa natureza catártica que tanto necessitamos. Antes dos jogos olímpicos da antiguidade, os gregos se davam a essa infame prática de guerrear entre si. Hoje em dia, seria como uma entrada na agenda "Video Show" dos espartanos: qual será o programa desse verão? R. Guerrear contra Corinto. Com o tempo, o que era uma confraternização de mulheres para festejar a safra do ano foi ganhando força e passou a ser "o programa" do verão com seus heróis, não mais de guerra, mas corredores, lançadores de dardo e disco, levantadores de peso, lutadores de arena, sendo festejados pelos habitantes de suas cidades-estado.
Hoje em dia, o esporte, além dos mitos do cinema e da arte pop, amainam a catarse da guerra e reproduz o que aconteceu na Grécia clássica. Nossos heróis são jogadores de futebol, basquete, volei e cinema, música, etc. Regiões onde há confrontação, com raras excessões, tem pouca, ou nenhuma participação nessas atividades.
No Brasil, e alguns países da América Latina, há uma grande concentração catártica no futebol, além de cinema e novelas. Mas a situação é tão calamitosa que parece que essas atividades não dão conta. De tempos em tempos aparece uma "primavera", como a de junho de 2013.

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