sábado, 11 de abril de 2009

Adriano e Ancelmo Góis

A turma de Ancelmo Góis ficou (assim como outros tantos) indignada com a atitude de Adriano sustentando que é "mais feliz na favela do que na Itália". Talvez, impregnada com a mentalidade corrente, a turma de Ancelmo não perceba o real problema da favelização do Brasil.
Uma vez, quando morava em Paris, na década de 80, comentei, na mesa do refeitório de onde trabalhava, que a pobreza no Brasil tinha um ingrediente a mais que a pobreza vivida pelos europeus do século XX, em ambos os pós-guerras. "Precisamos ver o quanto as pessoas se apegam a seus modos de vida, a ponto de, diante da possibilidade de sair da pobreza, encarem essa situação como ameaça a seus modos de vida, muitas vezes dando preferência a eles do que à prosperidade". Falei assim, meio "rebuscado" tentando evitar, sem sucesso, a reação que se seguiu. As pessoas me encararam como se eu fosse um alienígena.
Como lá, os "intelectuais" aqui aferem aos pobres pessoas simplesmente não afortunadas, que precisam apenas de um "empurrãozinho" para prosperarem. Eu considero, já há um certo tempo, que pobreza no Brasil deve ser encarada como modo de vida, e se quisermos enfrentar a pobreza, não basta ajudar os pobres, mas também devemos confrontá-los. Temos que entender que não a pobreza da população não é desejável, uma vez que com ela vem toda sorte de percalços que lhe são característica.
Não é, e nem será, fácil. Veja o exemplo de Adriano. Adriano, prefere a favela. Como ele, uma legião de gente muito maior do que se imagina!
Vamos cair na real?!

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